Livro: Dias de Abandono
Autora: Elena Ferrante
Editora: Biblioteca Azul
Páginas: 183
Diário de Leitura
18/06 - 100 páginas
"E você não é uma mulher de trinta anks atrás. Você é de hoje, segure-se no hoje, não regrida, não se perca, se segure...Ele foi, você fica. Organize as defesas, conserve sua inteireza, não se faça quebrar como um objeto de decoração."
(pág. 54)
21/06 - concluído.
Resenha e Opinião
Terceiro livro da autora que leio e mais uma vez tenho que dizer, essa mulher (ou não?!) é incrível! Que escrita!
Se bem que o segundo que li (A Amiga Genial) me decepcionei um pouco, mas esse...minha nossa é bom!
'Dias de Abandono' foi lançado ano passado pelo selo Biblioteca Azul da editora Globo e fala sobre o ABANDONO da maneira mais crua e triste que se pode imaginar.
Olga, mãe de dois filhos, 36 anos, é casada com Mario. Possuem uma vida 'normal' sem muitos altos e baixos, os dois vivem ali na casa sua rotina diária com seus dois filhos, sem muita emoção.
Até que durante um jantar, Mario decide informá-la que irá sair de casa, o que de fato acontece naquela noite.
Olga, pensando em se tratar de uma fase, no começo não liga muito, pois há uns anos atrás ele já fez isso e ñ demorou muito a voltar. Mas agora ela começa a perceber que esse retorno está demorando demais e aí vem o desespero.
Todos os sentimentos ligados ao abandono começam vir à tona, ela se sente traída (pois descobre que Mario está com uma garota que frequentou sua casa quando tinha 15 anos), se sente trocada, usada...e esquece dela mesmo.
Esquece de que precisa cuidar da casa, dos filhos, pagar as contas, arrumar um trabalho, muitas vezes ela voltava em si e estava na praça com o cachorro da família de camisola.
É deprimente vê-la passar por tudo isso, ter que reaprender a viver naquela casa que antes tinha as tarefas divididas entre mãe e pai, agora é tudo com ela.
É difícil demais pra Olga ter que lidar com tudo isso, com essa mudança repentina em sua vida, como o livro é narrado em primeira pessoa, o leitor aconpanha com a personagem todas as fases do luto, porque perder não deixa de ser um luto, a negação, a raiva...
Gostei muito de como a autora fez esse tema tão 'romantizado' parecer normal pro leitor. Porque é. Essa geração que diz que mulher precisa ser forte, que não tem que sofrer por um amor, não é uma ideia ultrapassada, a gente sabe que isso é lindo na teoria, mas na prática...quem nunca sofre por amor que atire a primeira pedra né minha gente?
Livro bom demais!
Recomendo!
Até o próximo post.
Bá.