Café com Livros

"Querido Deus...sei que o Senhor vê tudo, mas há tantas coisas que às vezes alguns detalhes podem passar despercebidos, sobretudo agora, com o bombardeio do Afeganistão. Mas acho que o Senhor não ficaria feliz se visse a maneira como algumas crianças da minha rua estão vivendo, num lixão. Deus, me dê força e coragem e me aperfeiçoe, pois quero transformar este mundo num mundo perfeito."

(pág. 98)

Sabe aquele livro que você quer que todo mundo leia? Principalmente pessoas que reclamam de ir à escola, de ter que estudar (preguiça dessas pessoas)...passar pelo que essa menina passou por simplesmente querer estudar, querer ser alguém na vida...todo mundo deveria conhecer sua história!

Malala é paquistanesa, morava no Vale do Swat, uma região descrita como o paraíso por ela, também é muçulmana, porém de um grupo étnico diferente do restante do país. Quando o Paquistão se dividiu da Índia, esse grupo foi junto e esse lugar possui uma certa autonomia política do resto, eles conseguem controlar a política interna, do vale, e a externa, do Paquistão, mesmo o território pertencendo ao país.

Ela sempre foi a favor da mesma educação para todos, meninos e meninas, e desde muito cedo ela sempre teve projetos e ações que ajudassem às crianças, como uma vez encontrou crianças em um lixão e tentou fazer com que seu pai as colocasse de graça na escola. Seu pai, Ziauddin, sempre foi muito engajado com essas questões e construiu a escola para que meninas pudessem estudar.

Porém, conflitos e problemas começam a aparecer quando o Talibã chega ao Vale do Swat, pois pra ele, meninas estudar era errado! Eles decretaram que todas as escolas para meninas fossem fechadas...e a partir disso, a família de Malala começou a viver com medo de sofrerem atentados, o pai foi ameaçado diversas vezes de morte.

Até que em 2012, ela sofre um atentado dentro do ônibus escolar, eles atiraram em sua cabeça, atingindo assim mais duas meninas. Ficou um tempo fazendo tratamento no Paquistão, prejudicou até um olho, depois de um tempo, foi levada pra Inglaterra, onde vive até hoje com sua família.

Mesmo não estando mais morando no Paquistão, ela ainda luta pela educação pra meninas, já fez discurso pra ONU, tem um fundo pra ajudar escolas pra meninas.

Hoje, já não é mais proibido meninas estudarem, mas alguns grupos talibãs ainda insistem em dizer que é errado e, eventualmente, fazem alguma repressão à essas meninas.

O livro é meio que um diário de Malala, totalmente narrado em 1ª pessoa, ela conta sobre sua família, seus amigos, como eram sua brincadeiras, seus livros preferidos, como ela gostava de estudar e o que a educação significa pra ela!

Ela não consegue se lembrar muito bem do atentado, porém ela nos conta detalhadamente como foi o tratamento, quando um nervo de sua face ficou paralisado e sua mãe achou que nunca mais a veria sorrir.

Malala foi a candidata mais jovem a ser indicada ao Prêmio Nobel da Paz.