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Resenha: Os sete últimos meses de Anne Frank

   Olá leitores!
   Que me acompanha há um bom tempo sabe que eu me interesso muito por histórias narradas na época da Segunda Guerra. E que meu livro preferido da vida é "O Diário de Anne Frank", que por sinal já tem resenha aqui no blog e é a mais acessada até hoje. =)

   Estava na livraria quando me deparei com "Os Últimos Sete Meses de Anne Frank" do autor Willy Lindwer, que é um cineasta holandês e filho de judeus que se submeteram à clandestinidade durante a ocupação alemã. Pra quem já leu o Diário sabe que ali o que nos é contado, é a rotina da família Frank no Anexo, que não se podia acender luzes durante a noite, dar descargas, como eles racionavam a comida, enfim...mas só, eu nunca tinha lido nada sobre o que havia acontecido com a Anne depois que a família foi denunciada e presa, então vocês imaginam a minha alegria quando vi este livro, óbvio que nem pensei duas vezes e o comprei. Quão grande foi a minha decepção quando comecei a ler, entendam pra quem se interessa por esse período é um ótimo livro, porém ele mal fala da Anne no livro todo, são relatos de algumas mulheres que tiveram algum contato com a família Frank, seja antes ou nos campos de concentração. Eu gostei de ter lido o livro, mas acho que o autor se aproveitou do nome Frank, óbvio, pra vender mais exemplares. Cada mulher que nos conta a sua história fala no máximo 5 parágrafos sobre a Anne, chutando BEM alto. Por isso a minha decepção foi grande, mas né...



   Não sei se esse tipo de livro é apropriado para qualquer tipo de pessoa, é um livro beem pesado, as coisas que nos são passadas através do relato dessas mulheres é indescritível, a que ponto pode se chegar a crueldade de um ser humano com o seu próximo.

   Um dos relatos que mais me marcou foi da Ronnie Goldstein-van Cleef, ela nos conta que quando as pessoas chegavam em um campo de concentração, primeiro teriam que passar por uma seleção, em que dali mesmo ou você ia para a câmara de gás, ou para um galpão. Quando chegava-se nesse galpão, que era separados por gêneros, as mulheres deveriam ficar nuas (detalhe que esse serviço era realizado por HOMENS), para que as mesmas fossem depiladas, acredito que para evitar piolhos e pulgas, você já pode imaginar o sacrifício que foi para essas mulheres terem que ficar nuas diante de homens cruéis e armados, mas o pior foi que a Ronnie estava menstruada, quando um dos policiais percebeu que ela tinha mantido a calcinha, vocês podem imaginar o que ele fez com ela. Impressionante a humilhação que essas mulheres passaram. 

   O que se sabe à respeito das irmãs Anne e Margot Frank, através dos relatos lidos, foi que as duas permaneceram juntas até o fim. A Anne pegou sarna e foi imediatamente para um galpão separado que era destinado aos doentes, sem médicos, cuidados ou remédios...aí fica difícil se curar. Até que as duas pegaram tifo, que aparentemente muita gente acabou morrendo disso, e nunca mais foram vistas.

   "As irmãs Frank estavam com uma aparência terrível, as cabeças e os corpos cobertos por marcas e inchaços, causados pela sarna. Elas aplicavam um pouco de sálvia, mas infelizmente não podiam fazer muito. Estavam em estado lastimável, penoso - era assim que eu as via. Não tinham roupas; tudo havia sido tirado de nós. Estávamos deitadas ali, nuas, debaixo de uma espécie de cobertor. Duas dividiam o mesmo cobertor, deitadas em uma cama de solteiro. Os nazistas esperavam que mais pessoas chegassem ao galpão, não estavam muito lotado. É claro... Tinham levado muita gente."
Ronnie Goldstein - van Cleef - pág. 223

   No meio do livro há algumas fotos dessas mulheres, da família Frank e algumas tiradas nos campos de concentração.



   Bom, é livro é basicamente isso, e é escrito como se fosse um documentário, o autor dá uma introdução no começo de cada relato da pessoa e aí são as próprias palavras de cada mulher que dá forma à esse livro.

   Gostei bastante. Mas não do título. 

  •     Dados do Livro
   Livro: Os sete últimos meses de Anne Frank
   Autor: Willy Lindwer
   Editora: Universo dos Livros
   Páginas: 236

   Espero que tenham gostado.
   
   Beijos, Bá.

11 comentários:

  1. Oi Bah!!
    Esse sim é um livro que ando com uma vontade louca pra ler!
    A história dela é única e merece ser conhecida por todos. Fico imaginando como deve ter sido aqueles momentos de horror que ela viveu.
    Aliás tenho mesmo que ler mais sobre a história da Anne.
    Ótima resenha Bah!

    Beijos
    ooutroladodaraposa.blogspot.com.br

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    1. Oi Rá...
      Merece mesmo, esse é o típico livro que tem que ser passado por gerações.
      Muito obrigada pelos elogios e pelo comentário.

      Beijos.

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  2. Oi Bárbara,

    Não conhecia esse livro ainda, mas nãos ei se leria pois é bem pesado saber que tudo isso aconteceu, mas é bem interessante conhecer a história da Anne e sua família.

    www.eucurtoliteratura.com

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    1. Oi Tainan,

      pois é, ele é bem pesado e forte!
      Mas a história da Anne merece ser passada pra todo mundo.
      Ela é merecedora de ser reconhecida por todo mundo.

      Obrigada pelo comentário.

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  3. Oi Bárbara, tudo bem contigo ???
    Nossa flor, que pena que o autor se aproveitou do nome da Anne para chamar mais atenção para o livro, sinceramente, eu acho errado quando esse tipo de atitude é tomada. Mas o lado bom é que, através do título chamativo, você acabou se interessando pelo livro né !!! ^^
    Eu nunca li O Diário de Anne Frank, e não sei se algum dia leria. Eu tenho o coração muito mole, choro muito fácil, imagino cada situação como se estivesse lá, e muitas vezes fico bem triste quando leio livros assim. A curiosidade existe, mas ainda não sei se leria o livro ...
    Fiquei feliz por saber que gostou desse livro, e mais feliz ainda por ter feito a resenha, é bom dar destaque para livros como esse, eles mostram a realidade e a crueldade do ser humano, e nos mostram que temos muito para fazer e que não somos perfeitos. Acho que o que estou tentando dizer é que eu adorei a resenha !!!

    Beijinhos
    Hear the Bells

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    1. Oiê...!

      Pois é, muita sacanagem se aproveitar de um nome pra ganahr dinheiro...mas né?
      Cada um vai colher tudo o que plantou um dia...

      O Diário dela é uma leitura fantástica, acho que todo mundo deveria ler...é bem tocante pois a gente se apega à ela, e todos nós sabemos o fim...mas é incrível ler tudo aquilo aos olhos de uma criança...

      Muito obrigada pelos elogios!!

      Beijos.

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  4. Hey Bárbara o/
    Também sou fascinada por escritos sobre a Segunda Guerra, mas ainda não cheguei a ler o Diário de Anne Frank. Fico de olhos arregalados quando vejo como que as pessoas conseguem ser cruéis umas com as outras.

    Esse post me fez lembrar de ler o diário da Frank (pois sim, esqueci minha meta), mas provavelmente não vou ler esse da resenha por enquanto. Um dia eu leio, talvez. Confesso que estou muito curiosa a respeito desses acontecimentos, mas não sei como eu iria lidar com informações desse tipo :x

    tesourosaovento.blogspot.com

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    1. Oi Karina...

      é bem marcante e forte ler esses tipos de livros, afinal a gente sabe que tudo que está nos sendo narrado aconteceu de verdade, e dói saber o que aquelas pessoas, principalmente as crianças tiveram que suportar...mas leia O Diário de Anne Frank, tenho certeza que irá gostar!!

      Beijos e obrigada por comentar!

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  5. Oi, Como você também sou uma leitora voraz e me interesso por livros que tratam sobre o Holocausto, já li diversos deles, mas nenhum tão comovente e arrebatador como o Diário, que já reli diversas vezes. Por isso, também me interessei muito por este livro novo em questão, pois sempre tive dúvidas sobre dois assuntos: Quem os delatou e como foi o envio da família Frank ao campo. Vivo me perguntando se a Gestapo soube do Anexo através do fornecedor de batatas( apesar de ser um homem justo e ajudá-los na Resistência, percebe-se que as tentativas de roubo no prédio deram-se muito mais frequentes após sua prisão. Mas é tudo tão relativo e tudo tão pesaroso. Como julgar... impossível, sem chances para injustiças. O livro ajuda um pouco a enxergar o Campo na ótica de mulheres com idades próximas a de Anne, histórias carregadas de verdade e pesar, mas ao mesmo tempo nos induz a acreditar que saberíamos muito mais sobre as irmãs Frank, o que não acontece. O que realmente nos resta, penso eu, é passar aos nossos filhos o ideal da tolerância, do respeito mútuo, da diversidade. E amar à vida, em respeito á todos aqueles que lutaram tanto para preservar as suas, em respeito ao sofrimento de milhões que perderam suas vidas, suas famílias, sua liberdade. Um grande abraço.

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  6. Oi, Como você também sou uma leitora voraz e me interesso por livros que tratam sobre o Holocausto, já li diversos deles, mas nenhum tão comovente e arrebatador como o Diário, que já reli diversas vezes. Por isso, também me interessei muito por este livro novo em questão, pois sempre tive dúvidas sobre dois assuntos: Quem os delatou e como foi o envio da família Frank ao campo. Vivo me perguntando se a Gestapo soube do Anexo através do fornecedor de batatas( apesar de ser um homem justo e ajudá-los na Resistência, percebe-se que as tentativas de roubo no prédio deram-se muito mais frequentes após sua prisão. Mas é tudo tão relativo e tudo tão pesaroso. Como julgar... impossível, sem chances para injustiças. O livro ajuda um pouco a enxergar o Campo na ótica de mulheres com idades próximas a de Anne, histórias carregadas de verdade e pesar, mas ao mesmo tempo nos induz a acreditar que saberíamos muito mais sobre as irmãs Frank, o que não acontece. O que realmente nos resta, penso eu, é passar aos nossos filhos o ideal da tolerância, do respeito mútuo, da diversidade. E amar à vida, em respeito á todos aqueles que lutaram tanto para preservar as suas, em respeito ao sofrimento de milhões que perderam suas vidas, suas famílias, sua liberdade. Um grande abraço.

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  7. Oi Bárbara!

    Comigo aconteceu a mesma coisa, vi a obra na livraria e me empolguei. Comprei o livro esperando mais sobre a sequência da curta vida da Anne pós-esconderijo e, surpresa, o livro traz pouquíssimo a mais do que eu já conhecia; entretanto, gostei bastante dele, uma vez que o assunto II Guerra e as atrocidades do nazismo parecem ser um sem-fim de novidades humilhantes, que sempre me deixam refletindo sobre a nossa capacidade de maldade! Triste, muito triste!

    Parabéns pelos seus comentários sobre o livro.

    Boas leituras!

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